abril

 


Olha, avô! Olha, a nespereira que plantei. A nespereira que me deste para levar para a escola. Está linda! Cheia de frutos que o tempo deu. E as crianças, que hoje estão livres, decoraram a sua sombra com os cravos da liberdade que viveste.

Olha, avô! Olha, como a escola onde eu andei está bonita. Pintada de alegre vermelho. As professoras ensinaram aos meninos o significado do dia de ontem. As crianças cantaram, livres, as palavras que o vento trouxe neste 50 anos de abril.




Olha, avô! Olha, a escolinha do teu bisneto, fez uma bandeira com as mãos dos meninos.

Cantarão uma Grândola quando crescerem mais um pouco. Saberão que o que vivem é a liberdade de uma gaivota num voo sobre o mar. Saberão, um dia, com a dedicação de todos nós, que abril se fez da coragem. Que abril se fez pelo fim do medo. Que abril se fez no coração dos homens. 

Sabes, avô, ontem, ouvi o "Depois do Adeus" e chorei. Parece que estive lá. Mas chorei de apreço pela coragem. Chorei de ver os meus filhos, os teus bisnetos, LIVRES! Tudo farei para que assim seja, sempre!

25 de abril








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