De lado
Quando sentes que a vida te impõe a contrariedade do sonho. Ao passar pelas ruas, vazias de humanidade, sentes no frio arrepio de dor, a solidão. Carregas no botão que desliga o sensor da tua individualidade. Vais! Segues o caminho em passo lento. Equacionas cada passo. Repensas cada pensamento. A tristeza que te leva no olhar a vida roubada, traz-te amargura ao coração. Defendeste o teu princípio. Pagas o dobro por seres quem és. Tentas, a cada momento de ansiedade, respirar, fundo, bem fundo. Se estás, porque parece que te querem tirar daí? A busca, a necessidade de não querer acreditar. Passam os dias. As horas. Os minutos. O que aí vem, ninguém sabe. Levas apenas a tua crença e certeza em ti. Só tu te mostras como és. Não o sabes de outra forma. És! Incomodas, certamente. Apoias, sem reservas. Aconchegas, à tua maneira estranha de amar. Queres, muito, estar ali, seres tu. Ninguém te vê. Passam de lado, porque assim, não será pecado.