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Mostrando postagens de novembro, 2019

Folha rasgada

Estou cansada. Quero escrever e não consigo. A mente vazia não ajuda. O peso dos olhos abafa a coragem tímida que vai surgindo. Apago. Risco de novo e volto a riscar. Apago. Rabisco as letras confusas que saem dos dedos. Desisto. Pouso a caneta na folha rasgada de um velho caderno taciturno. Recosto-me na cadeira de plástico. Sinto o ranger dos ossos nas vértebras quebradas que me sustentam o peso. Sou apenas carne. Estou ali. Pousada. Qual caneta em folha rasgada. Apago-me, em cada verso que não escrevo, em cada linha e ponto que não encontro. As dores que me acompanham tremem como a luz da vela que baloiça com a brisa silvestre. O cansaço aumenta. A corvatura cervical magoa... Dói... As mãos passam no pescoço, massajam , numa tentativa inglória de fazer acalmar a dor. Onde tenho estas mãos para me tocar a alma? Saudade... Turtura desnecessária... Ter sentido a alma massajada, leve e fresca! Ai! Não consigo ficar no pensamento. Na sensação vivida. A realidade é po