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Mostrando postagens de março, 2021

Fita de cetim

Ali estavam. Frente a frente. Retiraram os óculos escuros. Olharam-se nos olhos. Profundamente. Levemente, a fita dourada de cetim que guardava o peito, desceu. Desnuda, do vestido e dos conceitos, levantou o pescoço delineado a ouros fios e sorriu. O olhar dele aproximou-se de uma auréola e sem medo, sem receio, sem dúvidas, amou o beijo que lhe deu e agarrou-a contra si. Rapidamente, o que parecia ser algo digno de um filme em câmara lenta, ganhou força, sons carnais, humidades sobrehumanas e pináculos criativos de prazer. Como cubo de gelo ao sol de Verão alentejano, os corpos suavam no requebrar de cada gemido. Fizeram muito mais do que amor. Fizeram vida. Fizeram-se vivos. Encendiaram os corpos. Queimaram os medos. Foram capazes de sentir que estavam ali. Apenas e só ali. Naquele canto do mundo que era só deles. Naquele pedaço de céu quente. O cheiro fecundo que exalava pelo ar não fazia acalmar nenhum dos dois. Uma e outra vez. E outra. E outra vez. Sem tempo. Sem relógio. Sem na

Subitamente

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E o suspiro, Quente, Que abafa o coração Estremece. Leve, O toque na nuca Que inebria Os sentidos. Os lábios Que se abrem Ao céu Ovalam, Em si, O doce beijo Que demora. Cai. Nos braços Longos Que amparam o peito Que se despe Em cada Ar de súbito Prazer. Bay Mónica Sofia

Mar

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Ah, mar de águas calmas Luzentes e frias. Remoinho de sentimentos. Agueiro perdido. O sol, Que brilha na tua pele salgada Irrompe por entre nuvens Desditosas de ventos plenos. Querer-te Dentro do beijo que não há. Fugir, De um sopro, Ao mar. Saciar o meu no teu banho de espumas. Sentir. By Mónica Sofia 

Alento

Dá - me um alento Dá - me um beijo na alma Que te quer E te perde em cada ausência Dá - me um momento Dá - me a fuga À realidade desajeitada Que me ofusca Dá - me o tempo Dá - me a vida Que me deste E que sumiu Dá - me um alento Suave beijo Em pescoço desnudo, Carnudo. Dá - te. By Mónica Sofia