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Mostrando postagens de janeiro, 2018

Espada

O sol desperta todos os dias. Com ou sem nevoeiro, ele aparece. Uns dias mais tímido. Outros mais sorridente. Mas nasce. Ali! Lá em cima! Onde dá brilho às estrelas mais longínquas. Onde reflete a luz mais pura. Ele vem. Calmamente. Percorre no seu carro estridente o trajeto milenar. Não há momentos negros no seu caminho. A sua luz irradia a vida. Cada manhã, cada madrugada, sentida ao despir da noite, traz esperança. Agradeço! Mais um dia. Mais vida que se cria. Mais momentos para partilhar. O pior dos inimigos espreita de soslaio. Não se vê. Não lhe sinto o cheiro. Não lhe encontro as sombras tardias e azedas. A espada está pronta. O duelo vai ser duro. Não desisto. O sol ilumina o brilho desta espada que ergo com a coragem do momento. A coragem de cada beijo doce. A coragem de cada palmadinha de amor. A coragem de cada abraço lento. A coragem de cada fatia doce deste limão. As provas que se apresentam são duras. Não há quem as não tenha, mas há quem as não receba.

Corredor

Há tempos que permanecem na nossa alma. Há momentos que fogem de nós. Há os que ficam. Os que chegam. Os que vão. Os que se despedem num abraço. Os que se perdem num sorriso. Os que se criam num sonho. Os que se anseiam. Não foi muito longe dali, daquele recanto perdido nas margens, que um dia o sorriso desapareceu. Sentiu o som das águas geladas. As correntes que atavam os pulsos, quebradas pela perda, foram-se soltando. Seguiam a boiar como pensamentos longínquos.  Amarras de barcos soltos nas presas das ondas. Gelou o coração que se abatia sobre o espaço.  A incerteza queria sair daquele corpo que se contraía em cada inspiração profunda. A dor ansiosa que destruía aqueles momentos perfurava cada poro daquela pele.  Estás cá? Estás comigo? Não te sinto. Não te sei vivo. E seguiu a estrada tortuosa. Ramificou nas encostas daquele caminho os medos que a perseguiam.  Não se encontra com sinais. As luzes que se cruzam dão-lhe medo. Não sabe seguir. Fica ali. Ental