Espada
O sol desperta todos os dias. Com ou sem nevoeiro, ele aparece. Uns dias mais tímido. Outros mais sorridente. Mas nasce. Ali! Lá em cima! Onde dá brilho às estrelas mais longínquas. Onde reflete a luz mais pura. Ele vem. Calmamente. Percorre no seu carro estridente o trajeto milenar. Não há momentos negros no seu caminho. A sua luz irradia a vida. Cada manhã, cada madrugada, sentida ao despir da noite, traz esperança. Agradeço! Mais um dia. Mais vida que se cria. Mais momentos para partilhar. O pior dos inimigos espreita de soslaio. Não se vê. Não lhe sinto o cheiro. Não lhe encontro as sombras tardias e azedas. A espada está pronta. O duelo vai ser duro. Não desisto. O sol ilumina o brilho desta espada que ergo com a coragem do momento. A coragem de cada beijo doce. A coragem de cada palmadinha de amor. A coragem de cada abraço lento. A coragem de cada fatia doce deste limão. As provas que se apresentam são duras. Não há quem as não tenha, mas há quem as não receba.