Corpo de poema
Desenhei no teu corpo, com lápis doce de carvão, cada verso do teu silêncio, cada estrofe do teu beijo. Refiz o desenho a traço, Nas almofadas tortas de métricas disformes. Em lençóis de seda fingida pincelei cada traço do teu toque, cada traço do teu embalo. O abraço, que o poema, completo pelo doce jeito de amar trazia a cada hora. O despertar matinal, para te abraçar em cada segundo. Receber de ti, a melodia dos gemidos quentes. Receber de ti, o estalar fulgurante da pele suada. Desenhei de novo o teu corpo. Encontrei em cada metáfora a hipérbole do teu vazio. Eu sei cada poro, cada marca de estilo deste texto que não tem ponto, mas reticências.