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Mostrando postagens de fevereiro, 2018

Corpo de poema

Desenhei no teu corpo, com lápis doce de carvão, cada verso do teu silêncio, cada estrofe do teu beijo. Refiz o desenho a traço, Nas almofadas tortas de métricas disformes. Em lençóis de seda fingida pincelei cada traço do teu toque, cada traço do teu embalo. O abraço, que o poema, completo pelo doce jeito de amar trazia a cada hora. O despertar matinal, para te abraçar em cada segundo. Receber de ti, a melodia dos gemidos quentes. Receber de ti, o estalar fulgurante da pele suada. Desenhei de novo o teu corpo. Encontrei em cada metáfora a hipérbole do teu vazio. Eu sei cada poro, cada marca de estilo deste texto que não tem ponto, mas reticências.

Sanzala

Há sentires que são crónicos. Sentem-se sempre! Umas vezes lutamos contra. Outras vezes lutamos a favor deles. Quantas vezes já tentaram esquecer alguma coisa? Quanto mais se tenta, mais o nosso cérebro se fixa. É um problema. Não será crónico enquanto não o detetarmos. "Tenho-te aqui, na palma da minha mão. Pulas de linha em linha num ápice moderno. Salientas os teus defeitos em cada grito silencioso. Recusas a existência. Mas estás. O problema de quem surge e desaparece. A incógnita de quem não vê. O surgimento de falsas esperas." Não se sabe o que está. Apenas o que esteve. O futuro é de todos. Não se refugiam as águas nas montanhas. Descem! Trazem consigo cada sedimento que arrastam no seu caminho. A história do ser humano é feita de partes. Algumas, muito pequenas. Todas juntas, coladas com a cal da vida, fazem crescer o valor que cada um de nós tem. Nem sempre é fácil ultrapassar a fragilidade da vida. Cada recanto do trajeto é repleto de en