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Mostrando postagens de dezembro, 2018

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Dias há em que a passadeira teima em enrolar debaixo dos pés. Tentamos a custo desfazer aquele atropelo que segue nos nossos pés. Pensamos em como desfazer aquela pequena montanha de trapos que nos impede de ver a manta de retalhos esticada. É tudo tão claro e simples. Passa por cima e segue. Não será essa teimosa da passadeira a vencer. Vai em quase seis meses que conheci uma sensação nova. Triste, mas nova em mim. A quase perda de mim mesma. Nunca tinha percebido que era possível perder-me a mim mesma. Sair de mim e perder-me. Perder-me numa vida frágil de horas que quase desapareceu na minha frente. Senti-me ir com ele. As lágrimas sulcaram todas as imperfeições de um corpo dorido de corte profundo. O gemido interno das carnes recém costuradas era inferior ao que os olhos viam e o coração sentia. Fiquei tão mais pequena! O filtro das emoções entupiu e as palavras desapareceram. O grito de choro que se ouviu ao fundo do corredor foi o mais maravilhoso de sempre. Os abraços