Cume
As questões somam-se na minha cabeça. Multiplico os factos pelos argumentos. Divido os punhais pelas feridas. Resgato a esta conta a minha sanidade. Não levo as coisas muito à letra, desde sempre assim quis. Não afundar é o mote. Continuar a bater os pés. Quando falas e não obténs resposta. Ou quando não queres saber e recebes nos ouvidos o que te nada diz. Tenho o maior defeito em mim quando penso que posso. Afinal, não sou nada nem ninguém. A vida tem levado o meu instinto na frente. Derrapou-me nas levadas. Tratou-me com desdém. Rouba-me a cada momento a tranquilidade. Às vezes, parece que nada é feito por acaso, e outras, parece que tudo resolve cair. Ao mesmo tempo perdemos o tapete, o chão de madeira, o revestimento de cimento e continuamos. Seguimos um caminho estranho, percorrido pelas curvas que nos afastam dos pingos de chuva ácida. Não me sinto capaz de levar uma cruz com este tamanho. Mas, do nada, vão surgindo as forças, o derrapar transforma-se numa parede de