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Mostrando postagens de maio, 2017

Cume

As questões somam-se na minha cabeça. Multiplico os factos pelos argumentos. Divido os punhais pelas feridas. Resgato a esta conta a minha sanidade. Não levo as coisas muito à letra, desde sempre assim quis. Não afundar é o mote. Continuar a bater os pés. Quando falas e não obténs resposta. Ou quando não queres saber e recebes nos ouvidos o que te nada diz. Tenho o maior defeito em mim quando penso que posso. Afinal, não sou nada nem ninguém. A vida tem levado o meu instinto na frente. Derrapou-me nas levadas. Tratou-me com desdém. Rouba-me a cada momento a tranquilidade. Às vezes, parece que nada é feito por acaso, e outras, parece que tudo resolve cair. Ao mesmo tempo perdemos o tapete, o chão de madeira, o revestimento de cimento e continuamos. Seguimos um caminho estranho, percorrido pelas curvas que nos afastam dos pingos de chuva ácida. Não me sinto capaz de levar uma cruz com este tamanho. Mas, do nada, vão surgindo as forças, o derrapar transforma-se numa parede de

BENFICA

Há coisas que desconheço. Mas a ansiedade pelo que amo, essa, faz parte de mim! Sinto ferver o sangue. Apodera-se de mim a borboleta no estômago. Troca-me os sentidos e não vejo. Sinto. Tudo tem apenas uma cor. O vermelho rubro do meu sangue escorre nas minhas ânsias. Tenho para mim que nasci dali. Resgato em cada minuto que falta a paixão. Redobro as costas e passo as mãos pelo cabelo. Reviro os olhos a cada segundo do relógio. Ser BENFIQUISTA é ser assim. Ser do MAIOR é acreditar. SER DO BENFICA é sentir a vida a cada momento e não desistir. Somos NÓS, GRANDES!

Copo

Beber de um copo vazio, tomar o vinho no seio perdido, escolher o futuro, preso em dentes de leão. Jogar a vida num suspiro. Repensar a cada momento o passo dado, incerto. Queres seguir. O sentido da vida que levamos, escolhe-nos. Levar a cada ponto de luz uma entrega!

Descarga

Não sabemos o que nos vem da alma perdida. Procuramos explicar os sentimentos mais escondidos. Resolvemos as equações menos claras e encontramos no fundo de um poço inerte, a lágrima. Sabemos entender o som dos medos. Descarregamos o mundo num momento de tristeza e arrepiamos caminho. Saímos da vida quotidiana e lembramos as faltas. Não vamos buscar o sol. Perdemos as nuvens que o vento levou e arrastou para longe. Trazemos a lume tudo o que se revela em cada suspiro. Seguimos.

Mirar

Nem todos os sentimentos se explicam num determinado momento. Decides. Vives com isso. O sol pode ser quente, mas o frio que antecede a manhã também gela o coração mais perdido. Não podes ser sempre o que queres. Procuras na neblina dos dias um raio de esperança que te alimente a alma. Por entre a multidão que te rodeia neste concerto, há um olhar que se vira, que se contorce, que te agarra. Ficas presa nessas retinas. Muitos te passam pela frente, muitos se cruzam e te acenam. Levam de ti um aceno de cabeça. A mirada forte que te persegue permanece ali.  Sem momentos que se explicam tu apareces. Os olhos raiados de cor doce e angelical sobem em ti o humor. Ao mesmo tempo, despertas por entre um café amargo com açúcar mascavado. Estás só. Aquela música que ensurdece o teu peito, parou. O teu olhar, perdeu-se num cansaço de pensamentos leves e penosos. Retrais a voz. Perdes a vontade de falar. Arriscas tudo num botão partido. Uma unha que se rói. Um dedo que

Deriva

Só! Quanto mais só se poderá estar? Só, como a cinza que perde a cor e fica ali, à espera que o vento a leve em poeiras dispersas. Tão mais só,  que a multidão em seu redor, ignora o corpo moribundo que deambula. Só. Porque a paz podre assim me fez. Só. Porque a vida me trai a cada passo. Só. Porque ando à deriva num mar de sargaço, onde nada me traz à tona. Nem um riso puro. Só, e tão completamente só.

Incertezas

Nas incertezas que o tempo nos traz, nasce sempre algo de bom. Uma tranquilidade aparente que desce do rodízio da manhã. Dormir uma noite, numa almofada de tranquilidade, faz um ego profundo e triste acordar desperto. Fazer um sim rodar de um não, mostrar a alma ao peito adormecido. Corar o interesse de um simples abraço. Rodar na expectativa da vida que surge. Não será nunca fácil trazer à luz o sentimento remoído. Não de se pode, não se deve. A falta é enorme. O abraço não chega, mas fica, e sabe tão bem! Num acordar de manhã tranquilo, a tempestade de um copo meio cheio chega e abraça o dia negro que se avizinha. As palavras são duras e difíceis de trazer guardadas na alma doente. Não se merece. Estou assim. Feita adolescente magoada e triste. Feita mulher vandalizada no meu querer, na minha vida e no meu mundo. Foste ríspido, acutilante e desajeitado nas palavras duras que me deste. Trouxeste a mágoa adormecida ao