Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2014

Números

No outro dia, ouvi uma avó dizer ao neto: -Ai filho, não perguntes a idade à avó que eu tenho vergonha de dizer! Nesse momento, olhei para a criança, que não deveria ter mais de 4 anos, e fixei os seus olhos. Estava intrigado, como quem se pergunta, porque é que dizer a idade é sinal de vergonha se a mim, e a outros como eu, crianças, nos perguntam constantemente a idade? A avó, reparando que eu olhava a criança, disse-lhe: -Sabes, Pedro, é que a avó já tem muitos anos, tantos que tu não conseguirias contar pelos teus dedos! Pasmem. Resposta da criança: -Avó, o menino que estava na rua com o cão a pedir   dinheiro, não tinha dedos nas mãos, também não consegue contar os meus anos pelas mãos, e eu não tenho vergonha disso! Fiquei a pensar no nível de inteligência e de capacidade de reter o que observam que as crianças têm. Aquele miúdo, fez um raciocino que me deixou de boca aberta e   fez com que a avó ficasse em choque, pois a reacção da senhora fo

Década do fininho

Tenho dias em que as coisas não se sentem e outros em que cada palavra se sente no íntimo como um prego cheio de ferrugem espetado directamente no coração. Tenho dias que me apetece gritar: - Sou gente, sou humana! Parece que de nada adiantaria, pois continuaria igual. Aprecio as coisas boas e más da vida. Sempre me conformei com as regras, com o destino e com a obediência. Porquê? Porque sim! Sempre foi a resposta a todas as minhas perguntas, porque sim! Podia ter-me revoltado e questionado vezes sem conta até que o pau de marmeleiro voltasse ao trabalho predestinado, mas para quê? A obediência era isso mesmo, um caminho para a confiança! Atenção, confiança que achava que tinha de ganhar dos outros, confiança que era necessária para obter mais cinco minutos com o namorado. Ganhei essa confiança ao fim de muito tempo, ao fim de muitos nãos nos meus ouvidos, ao fim de muitos dias de divertimento dos outros em que eu, estaria em casa. Estaria e estava! Eles, não! Pergu