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Mostrando postagens de julho, 2019

Sei lá

Porque os dedos que percorrem este meu corpo atormentam a minha imaginação. Os laços estreitos que perdemos com o passar dos dias, trazem em si a saudade. Esta linda e louca ideia de nos encontrarmos onde o céu começa e a terra acaba.  O paraíso perdido no tempo, na ideia de que algo de mágico acontece com este beijo quente. Não há a dúvida em mim. Os lábios tórridos, secos pela ansiedade de se tocarem, movem-se lentamente neste ondular calmo de mar flat, sem ondas. No marulhar das pequenas espumas quentes, esconde-se o desejo mais profundo de se receberem nos braços um do outro. Nada se diz. Criar um refúgio no silêncio é sempre melhor que se aprisionar nas palavras. A barriga flácida e estriada pelas manhãs loucas de dois sorrisos únicos, está lá, como marca da vida. Não serve para afastar, apenas marca com a realidade.  Quem ama, compreende os defeitos e aceita-os. Quem ama, aproveita as virtudes e absorve-as sem medos. Não é todos os dias que se passa entre os de

Tempos

Espreitas por um beco de soslaio. Atrais os risos dourados da manhã ao teu brilho suave de cotovia desperta. Vens, espreitas e não te demoras em ti mesmo, tempo. Pareces criança que brinca com a bola que desaparece a cada chuto e aparece a cada mimo de resposta. Não te queres comprometer. Tens medo! Sei. Não falas. Não respondes. Não vês para não te tentares. A cada palavra que não vem, o silêncio perdura entre as dúvidas. As certezas aclaram os pensamentos. Fugir. Estratégia militar de fuga em cada linha. Pode parecer estranho que não se aborreçam com os textos, mas estes ficam cá e deixam as mágoas transparecer. Cobram as ideias aos pensamentos e realizam em material sem razão. Surpreende-me sempre que haja quem me leia as curvas do pensamento. Fico feliz por isso, mas com dúvidas. Estarão as minhas estrelas a desaparecer? Estarão as minhas mãos demasiado ocupadas com tudo? Falta-me o tempo. Tu sabes que tempo me falta. O tempo da calma e da tranquilidade. O tempo de ser e

Agitação

Não me custa ver o que se passa. Tenho olhos. Acastanhados e às vezes esverdeados. Custa-me que as contradições e os poderes do umbigo interfiram desta forma em tudo. Estou cansada. Dou o que de melhor tenho. A minha ajuda. O meu trabalho, o meu tempo. Este, o tempo é o que mais me preocupa em dar. É que ele falta-me, muito, mesmo. Falta-me para a vida que tento construir dentro de quatro paredes. Falta-me para os meus filhos, para o meu marido, para o apoio que quero dar. Porque quero dar. Sinto-me bem com isso. Em dar, ajudar. Não por mim, mas por todos, onde me incluo e onde incluo todos aqueles que podem beneficiar de alguma forma com isso. Quero ajudar, quero estar, quero fazer. Não quero protagonismos. Escondo-me na humildade de não dar respostas. Fico aqui, no meu canto e fervo. Fervo pelo desconhecimento demonstrado pelos outros. Não sei tudo mas sei que tenho que aprender um pouco, todos os dias. Mas quando não sei, procuro saber. Nos locais certos ou com as pessoas que