Um degrau lento
A surpresa acontece. A cada passo, cada movimento de corpo. A lágrima que brota de um chão infértil, cai. Desaparece num rosto triste. Afoga-se num soluço de bar. Subir a escada, velha do tempo, nova de construção. O passo certo de quem desalinha com o tempo. O degrau doloroso de um fim que se aproxima. Há sensações a divagar no ar. Atmosferas loucas rodopiam no pensamento. Nuvens negras aproximam-se, trazem carregado em si o desespero de quem procura um raio de luz no meio de uma tempestade. Há tempestades que se juntam. Há delas que viram furacões. É assim, num furacão que me sinto. Estou no meio de um furacão que me arrasta. Desloca-me a mente para um lado. O corpo para outro. A alma para outro. Tentava subir a escada de madeira retorcida, sem apoio. Levou a mão ao cabelo curto que se lhe apresentava, e desceu. É tão difícil escolher o desafio.