Coisa danada!
É tramado! Sentir é assim. Um mar constante de ondas gigantes que vão e vêm. Tocar nos sentimentos de cada um. Cada vez que a onda se desfaz na areia desta praia, é um puro afastamento que surge. O olhar fica estático perante a força imensa deste mar que continua a ir e a vir. Temos dias em que o mar parece que abranda o ritmo, mas nem por isso deixa de ir e vir. Outros temos em que o som avassalador das ondas a quebrar na praia nos fazem sentir como se dentro delas nos encontrássemos. Num remoinho que nos prende na sua espiral e nos arrasta até ao fundo. É aí, nesse fundo de um remoinho, que encontro esta coisa danada a que chamo saudade! Nunca tanto me fez amargo de boca. Nunca tanto me causou estranheza. Nunca tanto me fez pensar. Tenho em mim a doçura dos sentimentos que me afetam. Tenho em mim esta dor de sentir sem querer. Tenho em mim a vontade. Dizer não, à saudade, é tão difícil.